terça-feira, 5 de abril de 2011

Não lhe pareceu clichê que em meio a ondas de violência em todos os cantos do Brasil, pra pegar leve e não dizer do mundo, eu venha escrever sobre violência? Mas violência é só o título do post. Portanto, permitam-me ser mais específico: Violência, por que não?
A história ta cheia de pessoas que cansaram das humilhações e abusos sofridos e tornaram-se, para eles, juízes, policiais e legisladores. Vivendo como marginais, não permitiam injustiças, mas também as cometiam. Qual a diferença pra hoje o filho de um comerciante morto após entregar todo o dinheiro do caixa não querer justiça e não ir faze-la com as próprias mãos? Seria ele agora um assassino? Um justiceiro? Mudamos tanto nossa natureza que não nos permitimos mais um ato alívio instantâneo como o de fazer justiça com as suas mãos, mãos que pertencem a um corpo que cansa de esperar a justiça na terra e não tem a mínima fé na divina? Somos mais conscientes? Eu diria hipócrita. Porém, da verdade eu não sou o dono.
Quem disse que não devemos proteger antecipadamente o que é nosso? Colocamos cercas elétricas, muros altos, alarmes, seguranças nas ruas para tentarmos nos aliviar de um medo quase fantasmagórico. Perseguidor. Partindo desse mesmo raciocínio, porque não encontrar um ladrão na rua e quebrar seus dedos antes que roube de novo? Ou então, cortar o direito da vida de um assassino antes que mate de novo, principalmente se esse atingiu você diretamente? O que nos deixou tão longe da naturalidade das ações? Com tanta ética, filosofia, moralismos e falsos-moralismos, QI's de três dígitos, como não chegamos a conclusão de que se "penso, logo existo" o existir baseia-se na essência do que é ser vivo? O que é ser vivo? Atender aos anseios! Você vive quando sente fome e come. Vive quando sente sono e dorme. Porque não viver quando sentir que precisa se vingar, usar da violência que foi usada contra você? Que ética não me permite machucar quem me machucou? Devo dar a outra face e querer ser chamado de Jesus Cristo, goiaba, babaca, pacifista? De que isso adianta se o desejo está la dentro, no seu mais íntimo prazer egoísta? A violência, antes de ser violência, era natural, cíclica.
Então, regredimos se voltar-mos pra violência, ou simplesmente regredimos quando fugimos dela?

Ângelo Patrício de Medeiros
@angelopp9

3 comentários:

Ravi disse...

Voltar a violência é regredir, pelo menos na minha concepção. Veja bem, o Direito e o Estado foram criados justamente para que não houvesse necessidade dessa justiça pelas próprias mãos. Isso partiu também do medo entre os homens, viver de uma forma de "cada um por si" também traz grande temor ao ser humano. Imagine você numa sociedade dessas, onde saberia que a qualquer momento alguém poderia tirar sua vida pelo simples fato de se sentir ameaçada! A justiça dependeria de cada individuo, e cada um tem uma concepção de moral, de valores, de principios diferentes! "Olho por olho, dente por dente" funcionava numa sociedade totalmente diferente da nossa. A punição hoje é voltada para sua liberdade e seu patrimonio. Tirar a vida de alguem é perder a liberdade de viver e não a própria vida, isso é um contrato que vem de séculos atrás.
Não sei se falei merda mas espero que dê pra entender o que eu acho xD

Unknown disse...

Facil falar enquanto seu eu interior está equilibrado! Mas em desequilibrio e o mesmo é capaz de fazer qualquer coisa, todos somos capazes de fazer qualquer coisa!

Ravi disse...

É por isso que existe o Direito, para que a situação possa ser vista por uma visão equilibrada. A grande busca do homem é exatamente o auto-controle, temos um nivel altissimo de racionalidade hoje, que quase não vale nada, pois ainda deixamos as emoções falarem mais alto.

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